sábado, 7 de julho de 2012
Sábado não é a rosa da semana
O motivo que hoje me traz aqui não poderia ser outro. Vocês já sabem. Dessa vez, no entanto, é diferente. Diferente por um simples motivo: nunca me senti assim antes. Agora escrevo qualquer coisa que os dedos combinem nesse teclado (na impossibilidade de se recorrer ao charme da carta ou ao requinte da datilografia). A questão, esta: não funciono. Não funciono porque tenho ocupado a cabeça em: nós. Faço pouca coisa desde então (invariavelmente, nos intervalos de qualquer atividade que me afaste de você, é em você que penso). O coração, nessas horas, precisa estar disciplinado. O que não é muito fácil na minha condição - isso porque considero que a sua presença (física ou mental) me desestabiliza. Piegas, estou sendo. Estou esperando por qualquer ação sua que me tire da inércia desse sábado. Já chegamos até aqui. De uma forma bonita. Continuemos, por favor. E não se esqueça do que te pedi.
Vem. Vem que "despedir dá febre" (talvez, por isso, meu corpo esteja quente).
sábado, 9 de junho de 2012
sábado, 24 de dezembro de 2011
Preciso resolver em qual lugar meu coração se sente mais quente. E rápido. Antes que eu me perca lentamente, desconheça o lugar de volta ou que você me escape. Não sei se a escolha faria muita diferença: no fim, estaria sozinho, com o coração nas minhas mãos - potencialmente geladas. Retornaria ao silêncio, o único que me faria companhia quando a palavra fosse pronunciada. Porque infelizmente não estamos fadados ao sempre. Não me espanto se tudo se derreter nesta vida.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Dos ínfimos desejos.
Quero pouca coisa: um mão que afague e uma boca que me cite Grande Sertão: Veredas.
sábado, 27 de agosto de 2011
sábado, 20 de agosto de 2011
sábado, 6 de agosto de 2011
"I keep dancing on my own", ele disse. O salão vazio, os passos dos outros que ainda ecoavam em seu pensamento, a música que relembrava momentos nunca vividos, aquela dor de não-se-sabe-o-quê. A decoração, tudo coisa de muito bom gosto. O traje refinado, as cordialidades, "estou indo bem". Indo bem. "Indo bem por esse caminho que não se sabe o destino", eu falei. Não trocamos mais palavras, eu não disse um isso. As cadeiras metalizadas vazias. Na verdade, eu e elas. Elas que, meu Deus, ainda valem alguma coisa: conforto, disponibilidade, amparo. As Cadeiras e suas danças. Balões cor-de-rosa, prata e dourado e resto de um champagne recentemente aberto. Comemorações das quais nunca participei. Canapés preparados com delicadeza, nunca me serviram. Eu continuava sozinho, andando pelo salão, rindo da hipocrosia que era aquele baile da turma de 91. Nada mais do que uma tentativa de exibição. Do meu fracasso. Subi ao palco e anunciei:
- Obrigado pela presença inútil de vocês. Bando de filhos-da-puta.
O grande hall decorado com muito zelo e frescura. As faixas de boas-vindas. As letras pacientemente pintadas em um dourado azedo. Não havia notado a sua presença, mas lá estava. Também só, também meio bêbado. De longe, imaginei sua boca dizendo alguma coisa que não pude decifrar. Mas como era belo o seu desenho. Como ficava bem naquela roupa que só me apertava e ratificava - mais uma vez - que eu não deveria estar a li. Dei de ombros. Fingi que a música tocava e que eu ouvia. Dancei sozinho. Aproximava-se devagar. "Eu também estou dançando por mim mesmo", ele disse.
- Obrigado pela presença inútil de vocês. Bando de filhos-da-puta.
O grande hall decorado com muito zelo e frescura. As faixas de boas-vindas. As letras pacientemente pintadas em um dourado azedo. Não havia notado a sua presença, mas lá estava. Também só, também meio bêbado. De longe, imaginei sua boca dizendo alguma coisa que não pude decifrar. Mas como era belo o seu desenho. Como ficava bem naquela roupa que só me apertava e ratificava - mais uma vez - que eu não deveria estar a li. Dei de ombros. Fingi que a música tocava e que eu ouvia. Dancei sozinho. Aproximava-se devagar. "Eu também estou dançando por mim mesmo", ele disse.
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