sábado, 18 de dezembro de 2010

Pulsação

In principio, o texto que se segue (ou sei lá o que se seguirá) é, antes de tudo, motivado pelo tempo convidativo e agradabilíssimo lá de fora. Da minha visão, as plantas parecem mais brilhantes, mais vivas, estranhamente humanas. Querem falar comigo. O sol é assim, meio brilhante, branquíssimo, de uma cor cegante. Clarice tinha razão quando dizia que sábado era a rosa da semana. E é. Agora, com mais intensidade, os feixes de luz parecem dar vida a tudo que é inanimado, como quem oferece amor aos desamados. A analogia que me cabe e que me vem é essa mesmo. No mais, o movimento dos carros é o mesmo: naturalmente caótico, pacificamente pertubador. Meu Deus, há vida lá fora. Só posso concluir que, sim, há um sentido após o depois. Que sábados desse dezembro se preservem. Parece que aqui se acaba. Mas, antes, deixem-me dizer uma coisa: plantaram um girassol na minha rua. Desde então, rezo silenciosamente para que ele vigore. Não quero outra coisa.

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