domingo, 16 de maio de 2010

Agridoce vermelho.

Eu acho que já tá mais que na hora de costurar essa ferida. Vou me valer daquele restante de linha, segurarei forte a agulha que me resta e, breve, toda a ferida estará sanada. Fincarei a agulha e sua linha com esmero na minha derme, quero ter certeza que ela não surja novamente, que não haja mais possibilidade para cortes futuros. E é assim que vai ser. Eu mesmo vou costurá-la. Sei que vai sangrar por um tempo, mas é preciso dor na carne para "forçar a cicatrização". Que sangre todo dia, o dia todo. No fim, quando tudo estiver no seu lugar, quando a ferida não ferida mais for, irei olhar pra trás e vou querer fechar a porta também, assim como Ela fez. As noites tom de sépia acabarão. Só me restará aquele azul comestível. Todo dia. Vou voltar por aqui, mas só quando tudo isso acontecer. E que sangre. E que seja doce.

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